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sábado, 10 de outubro de 2009

Louvor na igreja evangelica

Introdução

Musica de Adoração nas igrejas evangélicas Para se compreender e entender a música usada no louvor de outras denominações evangélicas é interessante analisar-se o estudo da transformação pelas quais passaram as formas musicais sacras na América, das influências que sofreram e das várias maneiras como foram praticadas. Dessa maneira se poderá entender porque a maioria dos evangélicos louvam a Deus da maneira como fazem através da música. Serão examinados os fatores principais que influenciaram a música sacra na América que, por sua vez, também influenciou uma grande parte do mundo na maneira de louvar.

Capitulo I

Contexto Histórico
Os Primeiros Anos No século XVI chegaram os primeiros colonos às terras da América, isto é, os antepassados dos americanos, os peregrinos. Trouxeram consigo dois livros importantíssimos: a Bíblia da versão do Rei Tiago e o hinário de salmos da Baía (Bay Psalm Book). Cantavam salmos puritanos, hinos metrificados com pouca música; mesmo essas poucas sofriam devido a uma execução desconexa, porque eram passadas a gerações sucessivas, em grande parte através da tradição oral. Coros e instrumentos foram basicamente desconhecidos até 1700. O uso exclusivo de salmos nesses dias era devido à influência de Calvino aos protestantes de fala inglesa. Foi uma tentativa de voltar a uma adoração "bíblica", livrando-se das adições pós-bíblicas da igreja medieval. Calvino dizia que "só a Palavra de Deus era adequada para ser usada no louvor a Deus". É certo que durante os séculos seguintes exerceu-se constante pressão para uma reforma.

A Chegada dos Pietistas Alemães

No início do século XVIII, chegaram alemães pietistas trazendo com eles suas tradições de hinologia morávia. O pietismo é um movimento que floresceu no fim do século XVII e início do século XVIII na igreja Luterana Alemã. O movimento clamava para a Igreja sair da sua obsessão, com um seco escolasticismo, um formalismo frio e uma ortodoxia morta, dando ênfase a "uma religião do coração" experimental, isto é, enfatizando a piedade pessoal, a experiência pessoal com Deus.
"Esse movimento inspirou um dilúvio de hinologia subjetiva, e grande parte dos hinos era musicada em métrica tripla, de caráter de dança, em agudo contraste com o estilo coral mais antigo, mais rude."
As primeiras manifestações de reavivamento foram entre as Igrejas Holandesas Reformadas de Nova Jersey na década de 1720.

O Primeiro Grande Reavivamento

O primeiro reavivamento ocorreu entre os anos de 1730 a 1750. Seus principais líderes foram: Jonathan Edwards, congregacionalista calvinista e George Whitefield, metodista calvinista, ambos pregadores da predestinação.
A norma de louvor através de salmos metrificados durou até o avivamento de Jonathan Edwards. Em meados do século XVIII, George Whitefield quebra a barreira da inflexível salmologia. Popularizou os hinos do ministro congregacional Issac Watts, "Pai da hinologia inglesa", em suas reuniões nas colônias americanas. Foram responsáveis por quebrar a servidão da salmologia, e por introduzir "hinos compostos por homens"; por seus atos, Watts concordou com Lutero - visto que era seu louvor, ele podia ser expresso com suas próprias palavras. É bom lembrar que quando Lutero colocava letras sacras em músicas folclóricas, o contexto histórico daquela época girava em torno do Teocentrismo e o Iluminismo ainda não tinha florescido. Batistas, congregacionalistas e alguns presbiterianos depressa se apossaram da tradição de Watts, enquanto que os Episcopais (e certos presbiterianos) continuaram apegados aos salmos até muito depois.

O Segundo Grande Reavivamento

Ocorreu entre os anos de 1790 a 1830. Um de seus principais líderes foi o ex-advogado Charles Granville Finney - pregador presbiteriano com pronunciadas inclinações arminianas em termos teológicos. Com sua ênfase Wesleiana, o "despertamento" de Finney parece ter sido o início de um ministério evangelístico musical claramente definido.

Os Acampamentos

Em 1800 começou o movimento dos acampamentos, com o rompimento de avivamento em um acampamento ao ar livre em Caine Ridge, condado de Logan, estado de Kentucky nos Estados Unidos. A música que caracterizava os acampamentos era muito simples, com muita repetição, e evidentemente muito emocional e freqüentemente improvisada. Muitos dos cânticos dos acampamentos também usavam melodias seculares.
A obra do Espírito Santo era evidenciada pelo número de pessoas que caíam literalmente no chão, sobre a influência da interna emoção da convicção do pecado. Algumas pessoas eram também levadas a rolar, estremecer, dançar e até "latir". Pode-se compreender que a música dos acampamentos fosse espontânea, e freqüentemente improvisada.

Capítulo II

O Desenvolvimento
Muitos são os fatores que influenciaram no desenvolvimento da música sacra americana, para ela ser o que é hoje. Além dos fatores apresentados, é bom apresentar mais alguns.

Os Morávios

Um dos mais importantes grupos dos pietistas alemães eram os morávios. Influenciaram demais a música sacra americana. Como pietistas, os morávios com sua música artística e sofisticada da Europa, se afastaram bastante do padrão normal, e a desenvolveram até alcançar novas alturas nesta terra de liberdade. Foram influenciados pela tradição reavivamentista do século XIX, mostrando grande interesse nos "espirituais" da tradição dos acampamentos e nos novos "hinários evangelísticos" que apareceram com o segundo despertamento de Finney.

A Escravatura

Devemos lembrar que a escravatura era uma realidade naqueles dias e o negro apareceu mais tarde junto com o branco nas reuniões campais reavivamentistas. Ao lado desses movimentos, reavivamentos e acampamentos, ia se criando uma abundante hinologia de caráter popular, outra corrente de caráter diferente ia tomando forma entre os negros dos Estados Unidos, e influenciando a música religiosa, a música de dança e a própria música erudita moderna da América.
Os negros capturados na África tinham sua música própria, suas danças, seus ritos religiosos pagãos e muito importantes, suas escalas e seus ritmos próprios.
“Com o tempo, em sua maneira de cantar, participavam dos acampamentos reavivamentistas. Influenciaram e foram influenciados."

O Hino Evangelístico

As escolas de canto também foram fortemente influenciadas pelos reavivamentos. (citação de Jonathan Edwards)
Começando em 1840, os hinos para a escola dominical assumiram a mesma forma musical que os cânticos dos acampamentos: melodia cativante, harmonia simples e muito ritmo, além de um inevitável refrão. Mais tarde, esses hinos para crianças foram adotados pelos adultos, e nasceu o "hino evangelístico" ou "canção evangelística". Esses hinos, também chamados "hinos de experiência" continuaram a aparecer no contexto evangélico por todo o mundo. Isto por um motivo: os hinos americanos deste estilo foram traduzidos para todas as línguas protestantes. Identificavam os hinos como sendo objetivos (a respeito de Deus, o "objeto dos nossos pensamentos"), e hinos evangélicos como subjetivos (a respeito do objeto mental que é o "sujeito" da experiência do cantor com Deus). É dificil exagerar o sucesso que estes cânticos, contando experiências, escritos por amadores em teologia e música, tiveram diante do público americano. Permaneceram na vida da comunidade e especialmente das suas igrejas.

Movimento Litúrgico

No decorrer do século XIX, a avassaladora maioria dos freqüentadores das igrejas evangélicas estava preocupada com a hinologia popular que surgiu das improvisações dos acampamentos e dos "espirituais" que eram cantados com melodias folclóricas seculares. Nasce então um movimento dentro das confissões anglicana e luterana no século XIX, chamado movimento litúrgico, conclamando um retorno às tradições primitivas em termos de teologia e prática de adoração. Esta tendência foi intensificada no século XX.

Capítulo III

A Música Sacra Contemporânea

Não se passou muito tempo, e as igrejas litúrgicas e os grupos denominacionais tradicionais nos Estados Unidos já estavam cantando músicas sacras com melodia folclórica secular, em uma tentativa de tornar os cultos de adoração mais expressiva e festiva. A música sacra/profana foi anunciada como "renovação em comunicação", pelas igrejas cuja freqüência e sustento financeiro estavam decrescendo, e onde era notável a ausência dos jovens. Embora muitos dos grupos calvinistas e wesleianos na Europa e Grã-Bretanha tenham seguido os padrões tradicionais de adoração, os seus sucessores americanos - presbiterianos, metodistas, reformados - manifestaram a tendência de adotar a liberdade dos congregacionalistas e batistas não litúrgicos. Para alguns deles, isto significou uma forma "reavivamentista".
Primeiros Sinais da Música Sacra Contemporânea
É bom lembrar que naqueles dias, eram escritos hinos chamados "liberais”, isto é, hinos cujos autores eram muitas vezes unitarianos, alguns transcendentalistas, e outros "livres pensadores". Em geral esse grupo era teologicamente liberal, inclusive seus hinos, muitos deles, eram poemas "teístas e humanitários" refletindo os males da época: escravidão, intemperança e guerra. No fim do século XIX, com o advento da "Teologia Liberal" e do "Evangelho Social", os hinos também passaram a refletir esses preceitos. Uma das primeiras expressões da nova música de adoração contemporânea foi a Missa Folclórica do século XX, de Geoffrey Beaumont, que apareceu em 1960. Como membro do Light Music Group, da igreja da Inglaterra, ele declarou resumida e ousadamente a sua filosofia: "A adoração deve incluir não apenas a música "atemporal" dos mestres compositores, mas também os estilos populares da época, que fazem parte da vida do povo de maneira tão notável”.
Na Inglaterra, por volta da década de 1960, começaram a aparecer bandas de rock evangélico semelhantes aos Beatles e Rolling Stones, com o principal objetivo de comunicar o evangelho expressando uma linguagem que fosse compreensível para o jovem.

Atualmente

Os evangélicos se identificam mais com os pietistas, reavivamentistas e movimentos de igrejas livres. Podemos até chamar de "Novo Pietismo" a maneira como louvam a Deus. “O que identificamos como 'celebração' hoje em dia pode ser parcialmente uma reação contra o movimento litúrgico de ontem."
É importante observar que o hino congregacional cantado nas igrejas evangélicas, tanto tradicionais como livres e até as pentecostais, receberam uma forte influência de todos esses fatores já apresentados. O estilo sacro/profano, além de ser usado como meio evangelístico para atrair as pessoas, também é usado no hino congregacional na adoração dos crentes. Não é difícil encontrar uma igreja evangélica onde não tenha uma bateria e que não cante músicas em diversos estilos: baião, samba, rock, pop, sertanejo, blues e até heavy metal.
No Brasil é bastante evidente o contraste entre os quartetos e conjuntos evangélicos tradicionais e os recentes grupos musicais jovens que têm usado estilos muito populares na composição da música evangélica jovem.

Principais Características da Música de Louvor Contemporânea
1. Perda do discernimento entre sacro e profano.
2. Saque de músicas profanas para uso religioso, com o intuito de tornar o evangelho mais acessível e fácil ao nível do gosto popular.
3. Falso conceito de evangelho. Pregam que Jesus nos livra da obediência à lei de Deus em vez de nos dar a vitória sobre o pecado.
4. Músicas baseadas nas emoções, subjetivas, com ritmos que servem para levar ao êxtase.
"Umas das maiores descobertas científicas foi a de que a música penetra na mente humana através daquela porção do cérebro que não depende da vontade, da parte consciente, mas estimula, por meio do tálamo, a sede de todas as emoções e sentimentos, invadindo o centro cerebral automaticamente, quer a pessoa queira ou não."
A partir daí podemos entender o porquê da conversão baseada em emoções e sem a aceitação racional de doutrinas.

Problemas atuais

Uma das maiores desculpas dada pela maioria dos evangélicos em relação à música, é a urgência com que o evangelho deve ser pregado aos que não conhecem a Cristo, e a melhor forma é envolvê-las com músicas sacras/seculares. Pode-se verificar a mais completa invasão de formas seculares na expressão religiosa já experimentada na história. Os peritos mudam os estilos musicais usados na igreja quase mensalmente, para conservarem-se atualizados em relação às últimas tendências da música popular secular.

Conclusão

Chegou-se à conclusão de que Satanás tem usado sua influência não só apenas na música secular, mas exerce também grande influência na própria música usada na igreja.
A criatividade oferecida pelas novas formas pode levar a uma perda significativa de identidade, o que já aconteceu com algumas Igrejas. Finalmente, o "novo prazer" pode levar a uma adoração hedonista, que é outra forma de idolatria - adorando a experiência, e não a Deus.

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." I Coríntios 10:31.

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